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quarta-feira, 17 de março de 2010

Uma cantada sincera?



Apesar dos tempos ultramodernos, da liberação sexual e do doloroso processo de emancipação das mulheres, uma boa parte dos homens ainda se utiliza de palavras que tentam de alguma maneira iludir as mulheres, ainda que a teleologia seja apenas uma noite ou um antes a tarde do que nunca.
Por isso a particularidade no caso de minha amiga. O príncipe encantado desceu do cavalo branco e numa atitude inusitada enviou um depoimento via Orkut pra nossa colega onde revelava sua atração pela mesma. Mas, foi muito claro e sincero: não é sentimental,é físico.. Afinal seus nobres sentimentos estão canalizados para o seu mais novo endereço, onde agora divide as escovas de dentes com seu “único e verdadeiro” amor. Ele guarda ansioso a resposta ao convite pra sair e solicita que ela não o encare como um cafajeste, ainda que tenha enviado o depoimento como secreto, já que sua verdadeira mui amada (que tem o privilégio de seus nobres sentimentos) não pode saber.
Nossa colega que tem como livro de cabeceira o famoso livro As 35 regras para conquistar um homem ficou estarrecida com a descarada proposta. Não pq não possa viver uma aventura, mas o nobre cavalheiro precisa saber que até para o efêmero é preciso o mínimo de elegância e talvez uma certa dose de romance, ainda que o cinismo seja sua base. A cara dura da sinceridade fica pra um outro momento dos relacionamentos, quando a famosa DR já ocupou o lugar do jogo de sedução.
Talvez futuramente o comportamento do rapaz possa ser usado com mais freqüência sem causar choques, perdas ou danos, principalmente se for compartilhado pelas três partes interessadas ou desinteressadas na sinceridade como recurso de convivência e de expressão do sentimental ou físico. Por enquanto, vamos fazendo as leituras das forças em presença e vivendo uma hipocrisia suportável, que ninguém é de ferro.

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