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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A primeira passagem em sala ninguém esquece

Timidez sempre foi um dos meus dramas. Mesmo na maturidade ainda me envergonho em encarar um público. Só mesmo um sentimento para além do meu ego e superego poderia ter me empurrado naqueles dias iniciais de movimento estudantil pra fazer uma das principais atividades do centro acadêmico que era a passagem em sala pra repassar informes. O desafio era aproveitar o tempo cedido pelo professor pra estimular os colegas de curso para participação política, informar ainda a possíveis desavisados que havia vida além da sala de aula e que a luta de classes não era uma gincana e nem ficava entre o bloco i e o j.
Então entrei naquela sala com todo um drama pessoal a ser superado, conseguindo reforçar até de forma razoável as palavras da colega veterana que me acompanhava e me antecedia nos informes. Eis que uma menina levanta a mão e eu já ansiosa pra saber se daria conta das questões que a criatura poderia indagar a nós representantes de uma importante vanguarda política. A dita cuja, aluna de um dos cursos mais críticos e politizados da universidade, solicitou sem maiores delicadezas ou delongas: ei dá pra sair do meio que eu estou copiando...

2 comentários:

  1. Erlenia,
    Adorei teus escritos, fiquei animada de escrever também.
    Auxiliadora

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  2. Engraçado, além dos preconceitos, temos pré-conceitos tantos que nos enganamos.
    Por vezes, nesses cursos mais "críticos e politizados" estão tantos e tantos que não sabem nem mesmo em que mundo vivem...

    Eu tenho a minha cota de timidez, grande, mas que deixo guardada de vez em quando...
    Até o próximo, a história deveria ser dividida com mais e mais pessoas...
    =]

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